[ somos ou não somos racionais? ]

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"Se por racional significamos a aplicação consciente de regras lógicas, então somente é racional uma pequena parte das vidas da maioria das pessoas.
Tem-se afirmado que o ser humano é um animal racionalizador, mais do que racional.
Esta é uma meia-verdade reveladora; ela sublinha o fato de que o complexo encéfalo, através do qual organizamos os dados dos sentidos e que nos distingue dos outros animais, não é um todo.

As necessidades humanas, as exigências emocionais e as aspirações, em geral, não são racionais, mas o neocórtex* tem aparentemente uma capacidade infinita de fornecer “razões” para aquilo que fazemos compelidos pela parte mais primitiva do cérebro.

Crer no que se deseja e delusão (engano) permeiam todos os nossos ideais políticos e ambientais; integram todos os conceitos e planos que são suficientemente complexos, e geram força emocional, suficiente para exigir ação. "

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Ou seja, nós, seres humanos, prosperamos muito em função de nos auto-enganar, do nosso cérebro encontrar motivo suficiente para nos fazer realizar alguma coisa! Incrível!
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*O encéfalo humano é composto de três partes básicas, bem diferentes em estrutura e química, no entanto, as três devem interconectar-se e funcionar juntas.
A herança mais remota do encéfalo é basicamente repitiliana (desempenha o principal papel nas funções determinadas instintivamente, tais como no estabelecimento de território, na procura de abrigos, na caça, na orientação, na procriação, na formação de hierarquias sociais).
Um desenvolvimento posterior é o primitivo córtex dos mamíferos (desempenha um papel importante nas funções emocionais, endócrinas e víscero-somáticas).
Por último, ao final da evolução, aparece um córtex mais altamente diferenciado - neocórtex, que é a característica do cérebro dos mamíferos superiores e que culmina, no homem, tornando-se o cérebro racional de pensamento simbólico e matemático.
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Texto de Yu-fu Tuan, em Topofilia - um estudo da percepção, atitudes e valores do meio ambiente.